sábado, 10 de agosto de 2013

Rio: moradores da Lagoa andam há anos com mãos para o alto

Gustavo Ribeiro

A imprensa cansa de noticiar o problema e as autoridades nada fazem. Foto: Reprodução


Já virou rotina quase diária ouvir relatos sobre assaltos em uma das áreas mais tradicionais da Lagoa, na Zona Sul do Rio, o terceiro bairro mais caro da cidade para se morar. Há anos, a Rua Fonte da Saudade aparece nas páginas do noticiário policial como um local de fácil atuação para criminosos. Os moradores já levaram o caso por diversas vezes ao comando da Polícia Militar para cobrar soluções, mas os assaltos não diminuíram.

Restaurante assaltado no dia 28 de julho. Foto: ReproduçãoSomente no último domingo, 28 de julho, houve relatos de pelo menos três assaltos na Rua Fonte da Saudade. O primeiro deles aconteceu por volta de 10h30 da manhã. Três homens armados assaltaram um restaurante (foto) localizado na esquina com a Rua Carvalho de Azevedo e fizeram 17 pessoas reféns no depósito por 1 hora. Segundo testemunhas, os bandidos fugiram levando relógios, carteiras, celulares e dinheiro.

Uma motorista contou ter sido assaltada também no dia 28, às 17h30, enquanto estava parada no sinal para entrar na rua. Segundo ela, um homem negro a abordou com um revólver. Outro morador relatou à Associação de Moradores que um vizinho foi assaltado na manhã do mesmo domingo ao lado do restaurante invadido às 10h30.

A presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade (Amofonte), Ana Simas, reafirmou ao SRZD.com que a ação de criminosos tem sido frequente. Segundo ela, a atuação da polícia está "tímida" no local. 

"Somos um bairro de passagem, com muitas possibilidades de fuga, como o Túnel Rebouças, o Humaitá, o Jardim Botânico, etc. A meu ver, seria estratégico ter policiais todo o tempo pelo menos na entrada do Rebouças, na Praça Alcio Souto e na Fonte da Saudade".

Ainda de acordo com Ana, a maioria dos relatos dá conta de que os assaltos são cometidos, em sua maioria, por dois homens sobre uma moto. Os moradores também gostariam que o policiamento comunitário fosse reforçado no local. Vizinhos da Lagoa, no Leblon, onde se cobra o metro quadrado mais caro do Rio, também informaram que motoqueiros estão agindo no bairro.

Apesar de tudo o que o vem sendo exposto, a Polícia Militar parece não estar disposta a tomar novas providências. Procurada pelo SRZD, a corporação afirmou que o policiamento solicitado já existe e que o comando do 23º BPM mantém uma viatura na entrada do Túnel Rebouças até a meia-noite todos os dias.

Imprensa noticia problema com insistência e autoridades nada fazem

No dia 24 de setembro de 2012, o jornal "O Globo" veiculava uma manchete parecida com a atual: "Moradores da Fonte da Saudade reclamam de assaltos na região". Na matéria, a Associação de Moradores se queixava dos mesmos problemas, que, até hoje, parecem não ter tido solução.

No dia 5 de maio do mesmo ano, o procurador da República Luiz Fernando Voss Chagas, a esposa e o filho foram feitos reféns dentro de casa na Rua Vitória Régia, na Fonte da Saudade. Foram roubados um Honda CRV, dois aparelhos de TV LCD, um notebook, três Ipods, jóias, cerca de R$ 160 e outros objetos. No último dia 13 de abril, outra família foi mantida refém e saqueada na mesma rua.

O mesmo jornal informava em 26 de julho de 2010: "Dois assaltos em 48 horas assustam moradores da Fonte da Saudade". A reportagem já sinalizava que uma "frequente ocorrência de assaltos" estava assustando a população do bairro. Também nessa época, Ana Simas relatava que vinha alertando as autoridades públicas sobre o problema. E esses estão longe de serem os únicos casos.

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